NOSSA HISTÓRIA
Em 1958 nascia o primeiro banco de sangue do interior paranaense com uma área física de 50 metros quadrados, o Dom Bosco, que naquele tempo era apenas o Banco de Sangue do Dr. Walter. Dr. Walter Ferreira, médico formado pediatra, exerceu sua especialidade por sete anos em Ourinhos (SP). O interior paulista na época já com um quadro médico consolidado, atendia pouco aos sonhos e planos que o jovem Dr. Walter Ferreira aspirava.
Ao conhecer Maringá, que era uma cidade recém-fundada praticamente, ele intuiu que poderia ser ali o início de um novo projeto e que sempre contou com o apoio de ajuda de sua esposa D. Célia. As primeiras paredes do Banco de Sangue Dom Bosco foram então um único cômodo de madeira ao lado da casa da Família Ferreira. No início de 1960, o Banco de Sangue mudava-se para a Avenida da Abolição, exatamente em frente ao atual endereço da instituição. Com pouco mais de 15 anos de trabalho em Maringá, o espaço seria pequeno para o atendimento dos hospitais da região.
O ano de 1972 entrou para a história da instituição pela conquista de seu fundador do título de médico especialista em Hemoterapia, também nesse ano Dr. Walter Ferreira tornou-se membro efetivo da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH).
Os avanços e o alto índice de atendimento tornaram imprescindíveis a ampliação do espaço de trabalho. Em 1974, vem inaugurado o novo prédio com área de 250 metros quadrados, primeira construção específica para Banco de Sangue no Paraná de acordo com as normas vigentes. Contando com mais um médico, Dr. José Alves de Oliveira Maciel, e um quadro de sete funcionários, gerenciados pelo Dr. Walter e sua filha Regina, formam uma equipe idealista na qualidade do serviço de hemoterapia. Posteriormente, tornou-se também o pioneiro no interior do Paraná na realização de testes para a detecção do vírus da Hepatite B e do anticorpo para HIV.
As bolsas plásticas seriam adquiridas por Dr. Walter no início dos anos 1980, o que no Brasil ainda era uma inovação. Ele traria algumas bolsas da França e da Alemanha. Na época, o Dom Bosco contava também com uma centrífuga para preparação de plaquetas e crio, mesmo que a demanda ainda fosse rara. Com tais recursos, era o único serviço habilitado a atender hemofílicos na região. O primeiro médico da turma, Dr. José Oliveira Maciel, deixaria a família Dom Bosco em 1977, para seguir carreira em Cascavel. Em seu lugar entraria um senhor que até hoje é motivo de admiração para a empresa, o médico Dr. Francisco Alexandre Araújo.
Passados 25 anos de sua fundação, Dr. Walter Ferreira transforma o Banco de Sangue oficialmente na empresa jurídica Serviço de Hemoterapia Dom Bosco. A partir de 1988, com a Lei Federal 7.649, houve a exigência de que os doadores passassem por triagem médica antes da coleta de sangue e de que houvesse um bioquímico graduado como responsável pelos exames laboratoriais. Poucos anos depois, as transformações na área seriam cada vez maiores e internamente a mudança na direção se daria em 1990, com os filhos Regina Célia Mori Ferreira e Dr. Walter Luiz assumindo o lugar do pai no comando da empresa, que seguem os passos do pai, buscando melhoria e inovação para um atendimento seguro e de excelência, trazendo novos equipamentos, técnicas e a implantação do Sistema de Qualidade.
Em novembro de 1993, surgiram inúmeras exigências visando a melhoria da segurança e qualidade da sorologia e dos atendimentos transfusionais com a portaria 1376 do Ministério da Saúde. A equipe do Dom Bosco foi convocada pela nova direção para o que, a partir dali, seria uma revolução nos trabalhos da empresa. A tipagem sanguínea passa a ser feita em tubos, não mais em lâminas. Os testes de Pesquisa de Anticorpo Irregular e as Provas Cruzadas também começaram nesse período. A sorologia também contaria com o acréscimo de cinco novos exames: anti HBc para Hepatite B, HCV para Hepatite C, HTLV para Leucemia/Linfoma de Células T e Paraparesia Espastica Tropical (mielopatia), ALT/TGP para problemas hepáticos e um segundo método para Doença de Chagas.
Outras novidade advinda com as exigências foi a elaboração pela primeira vez do Manual de Operações Padronizadas e o início de um programa de Garantia da Qualidade para todas as etapa do processo transfusional: recrutamento de doador, recepção/cadastro, avaliação clínica e hematológica do doador, coleta do sangue, produção dos hemocomponentes, análise imunohematológica e sorológica e por fim a transfusão dos hemocomponentes, tendo como diretriz o Regulamento Técnico para Hemoterapia da Anvisa/Ministério da Saúde.
Com a finalidade de adequar definitivamente todos os setores que foram criados e as mudanças realizadas, em 1996 começou a construção das novas instalações em um edifício de 1700 metros quadrados e instalam-se três agências transfusionais nos hospitais com maior fluxo de transfusões a fim de atender em primeira mão as exigências de maior qualidade, rapidez e eficiência no atendimento.
A partir de abril de 1997, um Sistema de Informatização específico para hemoterapia é implantado com utilização de código de barras, permitindo a rastreabilidade de todas as etapas que envolvem a transfusão de sangue. Fazem ainda, parte do Sistema da Qualidade um conjunto de documentos como: Manual da Garantia da Qualidade, Manual de Operações Padronizadas com mais de 200 de Procedimentos Operacionais Padronizados revisados anualmente e Registros da Qualidade.
O Sistema da Qualidade prevê ainda, programa de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, auditorias internas, planos de treinamento e educação continuada, ações preventivas e corretivas das não conformidades, validação e controle de processos e documentos.
Alguns eventos marcaram a continuidade do Programa da Garantia da Qualidade, como instalação da Comissão de Administração de Risco no Banco de Sangue Dom Bosco em junho de 1999, implantação do Programa D’OLHO na Qualidade em abril de 2000, realização de Cursos de Ensino a Distância pela TELELAB do Ministério da Saúde e Cursos da Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de 1999 e março de 2002 respectivamente, implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em Agosto de 2002. Uso de equipamentos automatizados para realização dos exames sorológicos, em todas as etapas incluindo a leitura do código de barras no tubo primário.
Em 2012 o Sistema de Informatização é atualizado com o uso de código de barras internacional (ISBT), utilização de acesso remoto ao sistema pelas agências transfusionais intra-hospitalares, permitindo consulta e acesso on-line em todos os processos. Foi implantado ainda neste período, a informatização dos setores de almoxarifado e faturamento, permitindo avaliação e qualificação dos fornecedores.
Em 2014 em atendimento as portarias vigentes, são implantados mais 3 exames com a tecnologia de Biologia Molecular, visando melhorar a segurança dos testes realizados. Novos equipamentos automatizados foram instalados, permitindo o interfaceamento dos produtos e resultados para o sistema de informatização.
Hoje, o Banco de Sangue Dom Bosco, com uma estrutura incomparável, conta, além dos médicos – Dr. Walter Luiz Mori Ferreira e Dra. Renata Bastos d’Ávila com os serviços de bioquímicos, biólogos, biomédicos, enfermeiros, totalizando um quadro aproximado de 40 funcionários treinados e capacitados.